Cruzeiro de Currais Novos: Uma História de Paixão e Superação
Cruzeiro de 1988Em pé: Fernando, Tico (goleiro), Macarrão, Pedro Zuada (in memoriam), Zé Augusto, Gercino, Nildo (mordomo), Marcos Alberto (técnico) e Chico de Belinha (mordomo).
Agachados: Diá (in memoriam – massagista), Garrincha, Francisquinho, Joãozinho, Paulinho e Gilson (in memoriam).
O Cruzeiro de Currais Novos, carinhosamente conhecido como Cruzeiro do Catimba, marcou época no futebol amador currais-novense durante as décadas de 1980 e 1990. Fundado em 21 de setembro de 1979, o clube estreou com vitória em um amistoso contra um combinado da Rua João Alfredo: 4 a 1, com gols de Mergulhão (2), Zé Guiloto e Paulinho. A partida foi realizada no campo do antigo Ginásio Agrícola de Currais Novos.
A Origem do Nome
Curiosamente, o nome "Cruzeiro" não foi a primeira escolha. Inicialmente, a ideia era batizar o time como Remo, mas a dificuldade em reproduzir o escudo do clube paraense levou os próprios atletas a optarem por “Cruzeiro”, já que era mais fácil pintar as estrelas no uniforme azul. O primeiro conjunto de uniformes foi conquistado graças ao empenho do saudoso Diá, com o apoio de Catimba e seus familiares, que arrecadaram fundos vendendo cocadas.
Matutão 1988: A Única e Marcante Participação
Em 1988, o Cruzeiro participou pela primeira e única vez do tradicional Matutão de Futebol, competição que reunia clubes amadores de todo o interior do Rio Grande do Norte. A estreia foi empolgante: vitória por 4 a 1 sobre o América de Japi, com gols de Paulinho, Francisquinho, Garrincha e Fernando.
Inserido na chave do Trairi, o time currais-novense apresentou grande desempenho, encerrando a primeira fase como líder do grupo — destaque para o bom futebol e a força de um elenco formado exclusivamente por jogadores locais.
Campanha do Cruzeiro no Matutão 1988
Primeira Fase:
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Cruzeiro 4 x 1 América de Japi
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América de Japi 0 x 1 Cruzeiro
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Vasco de Japi 1 x 0 Cruzeiro
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Cruzeiro 3 x 1 Vasco de Japi
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Flamengo (Tangará) 1 x 0 Cruzeiro
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Cruzeiro 3 x 0 Flamengo (Tangará)
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Irapuru 1 x 2 Cruzeiro
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Cruzeiro 3 x 0 Irapuru
Segunda Fase:
Terceira Fase:
Apesar da eliminação, o Cruzeiro deixou sua marca, sendo motivo de orgulho para a cidade. O feito é ainda mais notável considerando que toda a equipe, incluindo a comissão técnica, era composta por pessoas de Currais Novos.
Curiosidade: A Vaquejada e o Jogo Decisivo
Um episódio curioso e marcante aconteceu na véspera da partida contra o São José do Seridó. No sábado, a cidade celebrava a tradicional vaquejada, e cerca de 80% do elenco participou da festa do mourão. O cansaço acabou pesando, e no domingo o time sofreu uma dura derrota por 5 a 1 fora de casa.
Cruzeiro no Campeonato Comunitário
Cruzeiro de 1985 - Marcos Alberto, Tico, Marcão, Budé, Almirante, João Batista e Gercino. Agachados: Catimba, Joãozinho,Roberto Zuada, Dó e Willame.
O Cruzeiro também teve grande destaque no Campeonato Comunitário de Currais Novos, idealizado em 1985 por Djalma Félix, então coordenador do Centro Social Urbano (CSU), com o objetivo de movimentar o futebol amador local, que até então contava com apenas uma competição anual organizada pela Liga Desportiva Currais-novense (LDC). A competição teve apenas 5 edições.
O Cruzeiro conquistou a 1ª edição do Comunitário
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1985 – Final: Cruzeiro 3 x 3 Beira Rio
Gols: Catimba, Roberto e Dó (Cruzeiro); Francisquinho (2) e Eugênio (Beira Rio)
Nos pênaltis: Cruzeiro 2 x 1 Beira Rio (Gols de João Batista e Dó)
Títulos e Tradição
Ao lado do extinto Ajax, o Cruzeiro é um dos maiores campeões da história do Campeonato Municipal de Currais Novos, com 8 títulos conquistados sob a organização da LDCC. As conquistas aconteceram nos anos:
1986, 1987, 1989, 1990, 1992, 1993, 1996, 1998 e 1999.
Legado Vivo
A participação do Cruzeiro no Matutão e nos campeonatos locais permanece viva na memória dos torcedores e atletas que fizeram parte dessa trajetória. Mais que um time, o Cruzeiro do Catimba se consolidou como um símbolo da paixão, união e dedicação ao esporte amador currais-novense. Essa história segue viva até hoje com o tradicional encontro anual em dezembro, reunindo antigos atletas, torcedores e amigos.
Por: Terra da Xelita
Com informações de Canindé Catimba e atletas da época.
(Faço parte dessa história)