Toda vez que alguém fala ou escreve que a denúncia do Ministério
Público Federal (MPF) contra o passista de quadrilha Luiz Inácio da Silva
— vulgo "Lula" — no caso do tríplex do Guarujá não contem
provas ou fatos, percebo de imediato que a pessoa não leu a íntegra da ação da
força-tarefa da Operação Lava Jato proposta ao juiz Sérgio Moro na
Justiça Federal no Paraná.
Em primeiríssimo lugar, antes de você
formar qualquer opinião sobre o assunto, minha recomendação é a mais básica
possível: leia a íntegra da denúncia do MPF. São 149 páginas com acusações
devastadoras, sedimentadas em 302 anexos, dos quais 286 são provas de todas as
espécies: periciais, documentais, testemunhais e indiciárias.
Reitero: a leitura da denúncia é indispensável, até para que você não
seja tratado como um bobo ignorante repetidor de frases, incapaz de construir
seu próprio pensamento. A íntegra do documento está disponível aqui neste link
(VEJA AQUI A ÍNTEGRA DA DENÚNCIA).
Em seguida, você compreenderá
perfeitamente porque o procurador da República Roberson Pozzobon falou
sobre a ausência de ‘prova cabal’ e a existência de ‘convicção jurídica’.
É bastante simples e óbvio, mas, tal
como o procurador Deltan Dallagnol, também posso desenhar! Não há ‘prova
cabal’ de que Lula é o proprietário do tríplex do Guarujá porque não
há escritura, matrícula ou contrato em seu nome, tampouco contas de água, luz e
congêneres. É pra isso que existe a figura criminosa do ‘laranja’, compreende?!
No entanto, a "convicção
jurídica" é formada a partir de um imenso e fortíssimo arcabouço
probatório indireto, que aliás é a especialidade do procurador Dallagnol pela Harvard
Law School. E essas ‘provas indiretas’ são, realmente, incontestáveis. É
praticamente impossível que o juiz federal Sergio Moro não acolha a
denúncia e condene Lula, dona Marisa e os outros seis arrolados nesta ação por
corrupção passiva, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
Por fim, vale o destaque: esta é
apenas a primeira denúncia proposta pelo MPF contra Lula no âmbito da Operação
Lava Jato, exclusivamente sobre o caso do tríplex. Não confundamos, portanto,
com a contundente introdução feita pelo procurador Deltan Dallagnol no
início da tarde de quarta-feira (14), quando afirmou que o ex-presidente é o ‘comandante
máximo’, o ‘general’ e o ‘maestro’ do maior esquema de corrupção já visto numa democracia ocidental.
Você pode ter a opinião que bem
entender, inclusive para defender a inocência de Lula e sua turma. Mas, por
favor, o faça após ler a denúncia e com argumentos minimamente respeitáveis.
Senão, você será apenas mais um trouxa enganado nesse lamaçal de ‘narrativas’.
Segue o enterro na #BananeiraJeitinho...
Helder Caldeira
Nenhum comentário:
Postar um comentário